A tabela RAÇAS
Esta tabela, que permite documentar o ancestral das raças cultivadas de peixe, começou por ser desenvolvida para servir como REGISTO DAS RAÇAS DE TILAPIA, como recomendado pelo The second International Symposium on Tilapia in Aquaculture (ISTA II), 1987, Bangkok, Tailândia (Pulin 1988). Foi posteriormente aumentada de forma a abranger outras espécies utilizadas em aquacultura (veja Caixa 30), como decidido nos artigos 7 e 10 da convenção da Diversidade Biológica (Unep 1992), em colaboração com o Dr. Devin Bentlay da FAO. Ambas as organizações irão cooperar de forma a criarem nomenclatura padronizada de raças. Os dados genéticos, que incluem a história da população fundadora, gestão do stock e descrição dos caracteres distintivos das raças ajudarão na utilização e conservação das variações genéticas intraespecíficas em aquacultura.
Como a cultura de espécies aquáticas progride, podemos esperar que surjam raças geneticamente distintas. Estas raças podem surgir pelo simples facto da cultura ser acompanhada de um fluxo genético restrito entre os locais de produção, ou por práticas de selecção, manipulações cromossómicas (poliploidismo e inversão sexual), transferência genética e/ou hibridação
O registo oficial de raças pode servir de fonte para localizar os peixes com características específicas, por exemplo, as tilápias de côr vermelha, e para seguir as tecnologias de melhoramento genético. No entanto, o registo pode servir também de lista de vigilância para espécies potencialmente ameaçadas, registando o número de indivíduos reprodutores na raça, semelhante ao World Watch List for Domestic Animal Diversity [Lista de vigilância mundial para a diversidade dos animais domésticos] (Scherf 1995), onde as raças em perigo podem ser registadas e recomendadas para efeitos imediatos de conservação.
Um resumo da descrição das raças cultivadas está presente no campo Definição do Stock na tabela STOCKS. Designa o nome da raça, o ano original de transferência , e o tamanho do stock fundador.
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Campos |
A tabela RAÇAS inclui os seguintes campos:
País: Refere-se ao país onde a espécie foi encontrada.
Código das raças: É uma combinação única de letras e três números. As primeiras duas letras são referentes às primeiras duas letras do género, as letras de 3 a 5 referem-se às primeiras três letras do epíteto específico, as letras 6 e 7 referem-se às primeiras duas letras da sub espécie. O número é sequencial. Para sub espécies desconhecidas, as letras 6 e 7 são XX. Para híbridos as letras 6 e 7são HX.
Características: Um campo de escolhas múltiplas refere as características que distinguem as raças do stock fundador. As escolhas são as mesmas da tabela GENEDAT.
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A FishBase pode incluir híbridos |
O tamanho do stock fundador: É dado como o número de elementos fundadores da população original.
Estratégia de reprodução: Indica o método de reprodução na cultura entre as escolhas seguintes: manipulação cromossómica, (poliploidismo e inversão sexual), cultura de selecção, hibridação, transferência de genes, acasalamento normal.
A raça reproduz-se (S/N)?: Indica se a raça é viável do ponto de vista reprodutor. Por exemplo, se uma raça só possui fêmeas de trutas triplóides não será capaz de se reproduzir.
Fêmeas: É o número de fêmeas fundadoras da população original.
Machos: É o número de machos fundadores da população original
Número de reprodutores: indica o número actual de reprodutores, campo que facilita a determinação do estado de conservação e de ameaça de extinção da raça.
Ano da primeira reprodução: Refere-se ao ano em que os fundadores do stock se reproduziram pela primeira vez.
Origem do stock fundador: É o local de onde o stock(s) fundador veio. O país é também indicado.
Código da raça de origem: Refere-se ao código de raça do stock de onde foram recolhidos os espécimes fundadores.
Ano de chegada: Refere-se ao ano em que o stock fundador chegou ao novo local.
Disponibilidade da raça: indica onde a raça é utilizada e como esta pode ser adquirida.
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Estado |
Até à data, os registos das raças é apenas preliminar: Os registos não foram verificados e incluem apenas 70 raças de tilápia (Oreochromis spp.), carpa (Cyprinus carpio carpio) e de labeo (Labeo rohita).
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Fontes |
Algumas das referências importantes utilizadas são Khater & Smitherman (1988), Pullin (1988), Pullin & Capili (1988), Komen (1990) e Eknath et al. (1993).
Espera-se no futuro poder documentar todos os híbridos e melhoramentos genéticos de raças desenvolvidas para aquacultura, segundo o modelo de Trout Strain Registry de Kinca e Brimm (1994).
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Como chegar lá |
Chega-se à tabela RAÇAS clicando no botão Biologia na tabela ESPÉCIES, no botão Genética na tabela BIOLOGIA, e no botão Raças na janela GENÉTICA.
Se as raças forem registadas para uma espécie particular, ao clicar no botão Biologia na tabela ESPÉCIES, obterá uma lista geral das espécies e das raças cultivadas. Chega-se à janela BIOLOGIA depois de seleccionar uma raça particular. A descrição deste procedimento não foi incluída nos capítulos equivalentes de outras tabelas, mas está implícita para todos aqueles que são acessíveis através do botão Biologia na tabela ESPÉCIES.
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Agradecimentos |
Agradecemos a Liza Augustin, Ambekar E. Eknath, Harold Kincaid, Wolfgang Villwock e Ulricke Sienknecht, pelos seus conselhos na estrutura e conteúdo desta tabela. Queremos também agradecer a Harold Kincaid por nos dar uma cópia registrada do programa National Trout Strain Registry.
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Referências |
Eknath, A.E., M.M. Tayamen, M.P. de Vera, J.C. Danting, R.A. Reyes, E.E. Dionisio, J.B. Capili, H.L. Bolivar, T.A. Abella, A.V. Circa, H.B. Bentsen, B. Gjerde, T. Gjedrem and R.S.V. Pullin. 1993. Genetic improvement of farmed tilapias: the growth performance of eight strains of Oreochromis niloticus tested in different farm environments. Aquaculture 111:171-188. Khater, A. A. and R.O. Smitherman. 1988. Cold tolerance and growth of three strains of Oreochromis niloticus, p. 215-218. In R.S.V. Pullin, T. Bhukaswan, K. Tonguthai and J.L. Maclean (eds.) The Second International Symposium on Tilapia in Aquaculture. ICLARM Conf. Proc. 15, 623 p. Kincaid, H. and S. Brimm. 1994. National Trout Strain Registry. U.S. Fish and Wildlife Service’s Division of Fish Hatcheries, National Fishery Research and Development Laboratory and Office of Administration - Fisheries, USA. Komen, J. 1990. Clones of common carp, Cyprinus carpio: new perspectives in fish research. Agricultural University Wageningen, Wageningen, Netherlands. PhD thesis. 169 p. Pullin, R.S.V., Editor. 1988. Tilapia genetic resources for aquaculture. ICLARM Conf. Proc. 16, 108 p. Pullin, R.S.V. and J.B. Capili. 1988. Genetic improvement of tilapias: problems and prospects, p. 259-266. In R.S.V. Pullin, T. Bhukaswan, K. Tonguthai and J.L. Maclean (eds.) The Second International Symposium on Tilapia in Aquaculture. ICLARM Conf. Proc. 15, 623 p. Scherf, B.D. 1995. World Watch List for Domestic Animal Diversity. Food and Agriculture Organization of the United Nations, Rome, Italy. 769 p. UNEP. 1992. Convention on Biological Diversity. United Nations Environment Programme, Nairobi, Kenya. 52 p. Christine Casal e Devin Bartley |